Chile

Roteiro a pé pelos principais pontos de Santiago, no Chile

Chile | 01/09/15 | Atualizado em 01/07/22 | 2 comentários

Que tal conhecer alguns dos pontos turísticos mais tradicionais de Santiago com a companhia de um guia jovem e animado vestido de Wally e pagar o quanto quiser no final? Pra isso, basta fazer o free walking tour Santiago Highlights, que sai todo dia às 15h da frente do Museu de Bellas Artes, na capital chilena. Como falei aqui, existem outros passeios do tipo na cidade, mas o da Tour4Tips foi minha escolha e muito me agradou ;)

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Fiz primeiro a versão da manhã, dedicada ao “Lado B” da cidade, que foi tema deste post. Nos dois percursos existem grupos em espanhol e em inglês, dependendo da demanda, e eles sugerem que o pagamento fique entre 5 e 10 mil pesos por pessoa. Mas se você estiver super liso ou amar muito loucamente o tour, pode dar menos ou mais :P

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O roteiro da tarde, Santiago Highlights,  é uma boa introdução à cidade numa perspectiva mais tradicional, se concentrando no centro histórico e em prédios emblemáticos de Santiago. E se você não puder acompanhar o grupo, dá uma olhada aqui no post pra fazer o percurso por contra própria mesmo.

Primeiro passamos pela estação de metrô Bellas Artes, perto da qual ficam dois murais lindos de Inti, grafiteiro que também tem obras incríveis pelas ruas de Valparaíso, onde ele nasceu. Vale a pena reparar bem nessas ilustrações, que mostram representações do equeco (deus da abundância, fertilidade e alegria, segundo a crença de povos da região do altiplano andino) carregando itens relativos às lutas do povo chileno. tour2.1Depois, seguimos até a Plaza de Armas. Ponto central da cidade, ela abriga importantes símbolos arquitetônicos, como o Correio Central, o Museu Histórico Nacional e a Catedral Metropolitana. Ali perto fica o Paseo Ahumada, principal rua de comércio do centro, e o Museo Chileno de Arte Precolombino, que dizem ser muito bom.

Passamos também pelo Club de La Unión, criado à semelhança dos clubes privados ingleses, com um espaço de reunião da “alta sociedade” pra encontros sociais e políticos. Mas confesso que me interessei mais pelo mítico Bar de la Unión, que fica pertinho dele – reduto da boemia literária, era onde o povo “da plebe” se reunia ;)

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Mais ou menos nessa altura, o guia nos falou sobre os cafés con piernas, cafeterias bem peculiares. De acordo com ele, esses estabelecimentos foram criados como forma (apelativa e machista) de atrair gente pra tomar café, já que até então a bebida não era comum no Chile – aliás, até hoje os cafés servidos no país costumam ser super aguados (ou Nescafé).

O nome surgiu porque as atendentes usavam saias super curtas e os lugares eram projetados de forma a permitir uma boa visão do corpo das mulheres, com espelhos e tal. Ainda existem cafés com pernas no centro, mas as tentativas de abrir um em outros países felizmente não deram certo.

Depois, uma parada no La Moneda, sede da presidência, serviu como pretexto pra uma conversa sobre o golpe de 73, bem parecida com a que rola no final do tour da manhã. Conhecido por ter sido o local em que o então presidente Salvador Allende se suicidou (ou foi assassinado) por ocasião do golpe, o palácio é visita obrigatória (pra quem acredita nisso de obrigatório em viagem). Com mais tempo, você pode aproveitar pra ver a troca da guarda ou conhecer o Centro Cultural La Moneda, que abriga diversas exposições.

Quer ver uma bela vista da capital chilena? Veja como visitar o Sky Costanera em Santiago, no blog Mochilão Barato 

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tour2.3Ainda entramos na estação Universidad de Chile, onde vimos o mural “Memoria Visual de una Nación”, que foi pintado pelo artista Mario Toral e mostra alguns dos fatos mais significativos da história do país. Segundo a amiga Wikipedia, a obra é composta por seis painéis chamados La Conquista, Antiguos pobladores, El Encuentro, Los Conflictos, Tributo a nuestro océano e Homenaje a la poesía.

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Por fim, fomos de metrô até o Centro Cultural Gabriela Mistral (GAM), que abriga exposições e eventos ligados a teatro, dança, música etc. e tem uma história bem interessante, sendo representativo da polarização ideológica que marca a história recente do Chile. Ele foi construído durante o governo de Salvador Allende e após o golpe se tornou a sede do governo de Pinochet e depois o Ministério da Defesa. Ou seja: por décadas, o prédio permaneceu fechado pra cidade e não muito querido pela população.

Depois de ser danificado por um incêndio em 2006, ele foi reconstruído pra servir como centro cultural e batizado em homenagem à escritora e poetisa Gabriela Mistral, prêmio nobel de Literatura. Desde então, o espaço ganhou vida nova e hoje é um lugar superinteressante e dinâmico, com muita gente tomando café, participando de exposições e eventos ou simplesmente dançando aqui e ali.

Depois de terminar o tour com um drinque num bar lá perto (vide segunda foto abaixo), ainda voltei ao GAM pra ver uma exposição de fotografias bem legal pra quem se interessa pela história da ditadura chilena: Chile Desde Adentro, que reúne imagens feitas no país de 1973 a 1988. Terminei a noite caminhando com uma amiga por Lastarria e me encantando por suas ruas <3

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Ah, nessa região também fica o Cerro Santa Lucía, onde subi no dia seguinte pela manhã :) Outras regiões muito legais da cidade são o Barrio Italia e Bellavista, onde fica o Cerro San Cristóbal e La Chascona (a casa de Neruda em Santiago), além da Quinta Normal, com parque e museus. Mas isso tudo é assunto pra outros posts!

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2 Comentários

  1. Patricia Leardine

    Que blog lindo, Luisa. Dá para ver como tudo é preparado com muito carinho. Gostei muito quando você escreveu que viaja de dentro para fora. Vou acompanhar as próximas jornadas! Chile, ainda não rolou uma viagem para lá. Tenho muita vontade de conhecer as Cordilheiras. Acho que um city tour faz a gente conhecer mais a história da cidade, e também ver a cidade bem viva de pertinho.

    • Luísa Ferreira

      Oi, Patricia! Que bom que você gostou :D Muito obrigada pelo comentário! As Cordilheiras são lindas mesmo <3 Concordo com você sobre o city tour; não costumava fazer esses passeios, mas depois me "viciei" nos free walking tours, que são mais descontraídos ^^ Um abraço!

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